A Esperança - Flavio Dutka (2019)
O verde é a cor predominante — símbolo de vida, natureza e, como o título sugere, esperança. Os tons variam entre claros e escuros, com sobreposições que criam profundidade e a impressão de uma floresta mágica ou um jardim encantado. Os brancos usados tanto nas flores quanto na figura criam um contraste que remete à pureza, ao espiritual e ao sagrado.
A técnica parece envolver aquarela ou tinta fluida com trabalho em camadas e detalhes em tinta branca opaca, que realçam texturas florais e efeitos de luz. Mas é claro que o uso de pinceladas soltas e texturas impressionistas criam esse movimento e suavidade. Influências impressionistas são evidentes na aplicação da tinta e na escolha vibrante das cores. A fusão entre figura e paisagem pode remeter a temas como pertencimento, efemeridade e comunhão com o ambiente.
O ato de balançar-se pode ser associado também à liberdade, infância e tempo suspenso — como se o futuro estivesse sendo gestado naquele momento de calma e introspecção.
A figura parece se fundir com a natureza, o que pode sugerir uma conexão espiritual com o mundo natural ou até mesmo uma memória, um espírito ou um ser onírico.
O título “A Esperança” dialoga com essa atmosfera — indicando que, mesmo diante de um mundo denso, há uma luz suave e persistente que conduz a alma - algo sempre presente na obra de Dutka que é fascinante a um olhar mais atento.
Flavio Dutka nos faz um convite à reflexão sobre a força interior da esperança, mesmo nos momentos de incerteza. O balançar suave entre as flores pode representar o equilíbrio delicado entre o presente e os sonhos. A figura branca — quase translúcida — talvez simbolize a fé, a resiliência emocional, ou até o espírito da infância que resiste ao tempo.
Uma dica: Mergulhem na obra de Dutka! Ele tem uma forma única de conectar arte, memória e natureza — é como caminhar por uma trilha sensível entre o visível e o invisível.
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