domingo, 27 de novembro de 2011

“Camille Monet et l’enfant dans le jardin” - Claude Monet


Camille Monet et l'enfant dans le jardin -1875
* Edimar Pessoa
  • Monet amava a natureza e gostava de pintar ao ar livre aplicando na tela os efeitos da luz solar. As suas obras com os efeitos da luz e rápidas pinceladas deu origem ao impressionismo“Pinto como um pássaro cantadizia ele, tal era a sua relação com a pintura e o gosto de a fazer ar livre. 


 "A tela intitulada “Camille Monet et l’enfant dans le jardin”, de 1875, de Claude Monet, apresenta a graciosidade de uma mulher sentada num banco, em um lindo jardim, entretida num trabalho manual, atividade comum às mulheres no século XIX.

Na tela ,Monet retrata o ambiente doméstico, intensifica a relação mãe e filho no jardim, projeta uma satisfação idealizada no rosto da mulher que, apesar de mostrar serenidade, também transmite uma solidão que contagia o ambiente ao redor.

Rosto sereno, porém, sem expectativas, como se já soubesse que tudo acontecerá como sempre foi. A luminosidade das cores primárias, vermelho-carmim, amarelo e o verde com complemento, flui do centro e irradia todo o jardim ao redor da personagem que está a costurar com elegância. Mas se o espectador olhar fixamente para a tela pintada por Monet (e olhar uma pintura é como fazer uma viagem), poderá vislumbrar o confronto entre a luz e as sombras. Atrás da mulher, luz e vida; no entanto,em seu rosto, predomina aquela serenidade obscura. Na época, as atitudes dos homens eram sempre definidas e inquestionáveis: chefe de família. Por parte da mulher, tudo a direcionavam para o cultivo da domesticidade e dos deveres de esposa.

A mulher deveria ser orientada apenas para a formação necessária à educação dos filhos; seu papel de guardiã do lar e da família deveria ocupar-se ao máximo de afazeres domésticos.

 A mulher  retratada é Camille e seu filho,primeira esposa  do pintor Claude Monet.

 A tela, para ser lida como um texto, exige, portanto, do espectador um olhar crítico sobre essa cena idílica que, num primeiro momento, parece-nos apenas harmoniosa e tranqüila. A cena é tão singular que pode ser considerada insignificante, mas sugere o perfil de uma sociedade marcada pela estrutura patriarcal, que controlava e reprimia a participação da mulher nos destinos da sociedade, a cada dia impedindo, com o
olhar da indiferença e imposição, os sonhos, desejos e realizações dessa mulher."

 *Fonte: Edimar Pessoa - Um olhar sobre a tela intitulada“Camille Monet et l’enfant dans le jardin,” de Claude MonetEdimar Pessôa *Universidade do Estado do Rio de Janeiro)


Quem foi Monet?
"Monet sempre procurou retratar a impressão da luz em suas cenas, buscando aqueles momentos mágicos e instantâneos que desaparecem em minutos. Pesquisador incansável da luz, ele percebeu sem se alarmar, que sua visão diminuía dia-a-dia. Depois, descobriu que não enxergava mais. Três anos antes de falecer, foi submetido a uma cirurgia de catarata e recuperou sua capacidade visual.
Nasceu no dia 14 de Novembro de 1840. Aprendeu com Eugéne Boudin a pintar ao ar livre e desde então decidiu ser pintor, contrariando o pai e a família. Somente sua tia, Madame Lecadre, pintora, ajudou- o, dando- lhe dinheiro para estudar arte em Paris em 1859 ( com 19 anos ).
Conheceu em Paris, artistas como Bazille, Renoir, Sisley, Pissarro e Cézanne, Degas, formando o grupo dos impressionistas.
Monet apreciava demais pintar ao ar livre e após a invenção da tinta à óleo em tubo ficou mais fácil carregar o material. Desejava ser conhecido e para isto era preciso expor no Grande Salão de Paris. Mas os juízes que escolhiam nem sempre aceitavam suas telas "" (FONTE; Dança e Arte.)
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2 comentários:

  1. Esta obra é realmente muito interessante,parece-nos harmoniosa e tranqüila.

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  2. Olá Soniamar, que tudo permaneça bem contigo, sempre!

    É sempre um enorme prazer passar por cá, pois sempre há uma nova porção de conhecimentos. Desta vez sobre Monet. Confesso que observando esta pintura, percebi certa melancolia expressada na pose de Camille, expressão típica de grande parte das mulheres da época, sem direito a qualquer atitude espontânea. E com a explicação sobre a interpretação vejo que não estava de todo enganado. Parabéns pelas belas e instrutivas postagens que sempre compartilha com os amigos que por cá passam, e obrigado pelas visitas e comentários sempre tão gentis. Assim deixo meu desejo que você e todos ao redor tenham um viver tão intenso quanto feliz, abraços e até mais!

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