segunda-feira, 15 de julho de 2013

Série: A Anunciação - Leonardo Da Vinci - 1472-1475




A Anunciação - Leonardo Da Vinci -  1472-1475


 "A Anunciação, ou L’annunciazione, em italiano, é um óleo sobre painel de Leonardo da Vinci, pintado entre 1472 e 1475, com 98.4 × 217 cm de dimensão.

Representando o anjo Gabriel no momento que anunciava a Maria que fora escolhida pelo Senhor para ser a mãe de Jesus, seu filho, de acordo com o evangelho de Lucas 1:26.

O trabalho ficou oculto até 1867 quando foi transferido de um convento próximo a Florença para a Galeria degli Uffizi, também em Florença.Desde então, alguns investigadores mostraram a pintura como o primeiro trabalho deLeonardo da Vinci, embora outros estejam a favor de atribuir a pintura a outros pintores como: Ghirlandaio ou Verrocchio.Historiadores da arte Chegaram a atribuir A Anunciação a Verrocchio,mas em análises minuciosas,descobriram que o Batismo de Cristo de Leonardo Da Vinci encontrava-se a paisagem parecida de cipreste e teixos.Além disso,os anjos que aparecem nas duas obras são muito semelhantes.Ainda há quem afirme que Leonardo pintou o anjo e Verrocchio a Maria.Se for mesmo assim,uma obra pintada a quatro mãos geniais teria ainda mais valor.

As asas do anjo foram pintadas com precisão naturalista, um exemplo da curiosidade científica típica da carreira de Leonardo. Usou o seu conhecimento sobre as asas de pássaros para fazer as asas do anjo.

No primeiro plano, o pintor representa um tipo de tapete em flor no qual todas as flores foram pintadas com precisão.

Mais adiante, mar e as montanhas, emergindo da névoa azul clara que reflete com cuidado o modo de acordo com o qual as cores mudam com a variação da luz: o chiaroscuro e o sfumatto." (Fonte:Wikipedia)

                                                   Segunda versão - A Anunciação - 1478

 "Em 1478, Leonardo da Vinci com a ajuda do seu colega Lorenzo di Credi, pintou pela segunda vez a A Anunciação, mas desta vez, em um painel pequeno e com medidas muito desproporcionais, o que causou a dificuldade em pintar detalhes, ao contrário, a primeira anunciação, fora pintada em um painel de medidas colossais, e muito bem distribuídas (98 x 217 cm), o que, facilitou na colocação de pequenos detalhes. Muitos dos elementos utilizados por Leonardo são repetidos e alterados; ao contrário da Maria da primeira pintura, elegante e que parece possuir autoridade sobre o anjo, na segunda parece surgir subserviente a este (como se ele tivesse autoridade sobre Ela), tal como na obra-prima de Fra Angelico(abaixo). A sua postura de mulher provocadoramente culta e literata, que encontramos na primeira A Anunciação de Leonardo, desaparece na obra pintada com Lorenzo."(Fonte: Wikipédia e Obras Imortais)

 Há outras versões da obra em tela com os autores Fra Angelico,El Greco, Wyden que serão postos nesta série a seguir.
ANUNCIAÇÃO - FRA ANGÉLICO
A Anunciação - Fra Angelico

Giovanni da Fiesole, nascido Guido di Pietro Trosini, mais conhecido como Fra Angelico, (Vicchio di Mugello, 1387 — Roma, 18 de Fevereiro de 1455) foi um pintor italiano, considerado o artista mais importante da península na época do Gótico Tardio ao início do Renascimento.

"Em  ANUNCIAÇÃO as duas figuras apresentadas assumem uma atitude similar, de graciosa humildade, enquanto inclinam a cabeça uma para a outra e cruzam as mãos. A imagem representa um dos momentos decisivos da tradição cristã, quando o arcanjo Gabriel anuncia à Virgem Maria que Deus a escolheu como mãe de Cristo.
  A Anunciação foi criada por Fra Angelico como um painel devocional para o altar de São Domingos em Fiesole, perto de Florença. O raio diagonal de luz divina incide sobre Maria, iluminando o ultramarino de seu manto e os tons de pêssego do vestido. Do outro lado da coluna central, as vezes brilhantes de Gabriel também complementam o azul intenso.
  As asas do arcanjo ultrapassam o pórtico, parando na primeira parte da pintura, que mostra uma cena do Gênesis: a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden. O episódio dá dramaticidade ao conjunto da pintura e contextualiza a Anunciação. Ou seja, Cristo nascerá para salvar a humanidade do pecado original.

Detalhes de A Anunciação se destacam:
1. Virgem Maria:
O rosto de Maria deixa evidente a perícia do artista nos detalhes. A pose de Maria, de mãos entrecruzadas, simboliza a submissão à vontade de Deus.
2. Arcanjo Gabriel:
O halo brilhante ao redor da cabeça de Gabriel reforça a divindade do principal mensageiro de Deus. A pose respeitosa do Arcanjo é tão graciosa quanto o gesto submisso de Maria e as duas figuras, cada uma emoldurada por um arco, se complementam.
3. Deus Pai:
Acima da coluna central do pórtico encontra-se a cabeça esculpida de um homem de barba. A imagem faz referência a Deus, onipotente, onipresente e onisciente.  
4. Adão e Eva:
Fora dos limites do pórtico são retratadas as figuras abatidas de Adão e Eva, que perderam a graça de Deus e estão sendo expulsos do Jardim do Éden, caminhando para fora da pintura. A intenção do artista foi contrastar o pecado com o estado imaculado de Maria, lembrando aos observadores de que Cristo nasceu para redimir os pecados da humanidade".(Fonte:Da  Universia)


ANUNCIAÇÃO - EL GRECO - 1600

Anunciação - El Greco


"Anunciação é uma pintura a óleo sobre tela tradicionalmente atribuída a El Greco e usualmente datada por volta de 1600. A obra integra um conjunto composto por ao menos sete versões quase idênticas, de graus variados de qualidade, todas tradicionalmente creditadas a El Greco e datadas entre 1595 e 1605. O tema da anunciação do anjo à Virgem Maria foi frequentemente tratado por El Greco e o conjunto de versões a qual pertence a obra em pauta parece derivar da composição homônima elaborada pelo artista para o tríptico de Módena, obra de juventude executada entre o fim do período cretense e o início do período veneziano.

A Anunciação é uma obra emblemática do caráter "expressionista" da arte de El Greco, fulgurante de luzes, cores e acordes cromáticos, em que a cenografia é composta por zonas plasticamente distintas, mas interligadas por movimentos ascensoriais e entrecortadas pela presença de luzes místicas e lampejos flamejantes. A pintura está relacionada ao período final da vida do artista em Toledo, em que sua produção assume uma postura mais religiosa, em comparação àquela de seu período italiano, alienando-se dos recursos tradicionais da estética renascentista - talvez por influência das novas doutrinas elaboradas pela Contra-Reforma. A obra em pauta é conservada no Museu de Arte de São Paulo (MASP) desde 1952.

Estão representados na obra a Virgem Maria, o arcanjo Gabriel, portador da revelação divina, e a pomba branca, símbolo do Espírito Santo. A composição é relativamente inusual na tradição iconográfica da Anunciação, com o anjo posicionado à direita da VirgemMaria se ajoelha em um altar, caracterizando a ocorrência do episódio em um local sagrado, segurando a Bíblia, aberta, com sua mão esquerda. A mão direita encontra-se erguida, à altura do ombro. Traja um vestido de cor vermelha, em alusão à paixão de Cristo, com um manto azul por cima, simbolizando ao mesmo tempo proteção e fidelidade. Um véu branco, símbolo de modéstia e virtuosidade, cobre-lhe a cabeça, deixando a face à mostra, com uma das orelhas descobertas, talvez uma referência ao escutar da mensagem divina. Maria se esquece por um instante do livro sagrado, voltando a cabeça para o lado esquerdo, em direção a Gabriel. Seu semblante é calmo, angelical.

O anjo flutua sobre uma nuvem, aparentemente carregada de chuva, com o corpo ligeiramente inclinado em direção a Maria. Seu traje é amarelo, cor da eternidade, com as mangas brancas. A mão direita se levanta para saudar a Virgem. A mão esquerda porta um ramo de lírios, simbolizando pureza, inocência e virgindade. Seu semblante também é calmo e sua fisionomia algo andrógena ou infantil. Gabriel fita a Virgem com os olhos semi-cerrados. Sua cabeça é coroada por uma auréola luminosa. Um lampejo ocupa toda a parte central da pintura, estendendo-se quase até o chão. De seu centro, surge a pomba branca, que voa em direção a Maria. A luz também incide sobre a Virgem, iluminando suas roupas e parte de seu rosto.


Perto da Virgem, na parte inferior do quadro, um cesto de costura contém um pano branco e uma tesoura. É uma referência ao "tecer do véu do Templo", mencionado pelo Evangelho de João. Ao seu lado, um vaso com um ramo dentro, ardendo em chamas que não o consomem, tal qual a sarça ardente de Moisés, um elemento raro em representações da anunciação. O segundo plano da composição, indefinido, sugere a forma de nuvens entrecortadas por luzes místicas. É bastante escuro, o que confere mais destaque (e dramaticidade) ao lampejo divino e à iluminação que dele se origina.

Como em diversas outras composições de El Greco, a cenografia desta Anunciação é concebida por meio de zonas plasticamente distintas, mas que se interligam por meio de acordes rítmicos mutuamente correspondentes. É possível traçar uma diagonal, prolongando-se do vértice superior esquerdo ao vértice inferior direito, separando as figuras da Virgem e do anjo em dois triângulos distintos. O anjo e a nuvem que o sustenta ocupam o triângulo superior, a Virgem e o cesto de roupas ao seu lado se conformam no triângulo inferior. O equilíbrio da obra é assimétrico, conseguido por meio da tensão estrutural dessas áreas distintas. Os contornos das extremidades das figuras da Virgem e do anjo sugerem um movimento circular ou ovóide, entrecortado pelas curvas paralelas da asa direita do anjo e das asas da pomba. Essa disposição auxilia no equilíbrio da composição, ao mesmo tempo em que lhe confere a sensação de movimento.


Os corpos alongados e retorcidos das personagens, que parecem libertas da gravidade, auxiliam não apenas no equilíbrio, mas, sobretudo, para enfatizar o misticismo do acontecimento. A figura ascensorial do anjo encontra eco na figura igualmente ascensorial de Maria. Isoladamente, as duas figuras sugerem a forma e o movimento de uma chama, como recomendava, já em 1584, Gian Paolo Lomazzo, em seu Trattato dell'arte della pittura. Interligadas pelo lampejo místico ao centro da composição, elas se unem em um contorno harmonioso de ritmo ascendente. O ponto de vista, radial, origina-se na cesta, fornecendo as coordenadas para a contemplação da obra, de baixo para cima, enfatizando a ascensão. O cromatismo complexo da obra e o fundo indefinido removem os objetos da cena do mundo natural, inserindo-os em uma atmosfera saturada de significados místicos, tornando indistintas as dimensões do real e do imaginário. Por fim, chama a atenção a proeminência conferida à figura do Espírito Santo como agente da encarnação, provavelmente fruto das doutrinas contra-reformistas sobre a atitude religiosa do pintor." (Fonte: Da Wikipédia)