O grito do Ipranga - Pedro Américo de Figueiredo e Melo |
Você já deve ter visto esse quadro em livros ou até mesmo ao vivo (ele está no Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga em São Paulo.
O nome original dessa tela é "Independência ou Morte" mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga".
O nome original dessa tela é "Independência ou Morte" mas ficou conhecida como "O Grito do Ipiranga".
A tela mede 7,60 x 4,15 m, tratando-se de uma tela retangular que representa a cena de Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Na tela também aparecem:
- à direita e à frente do grupo principal, em semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à esquerda, e em oposição aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena curiosamente.
Essa obra foi encomendada pelo governo imperial e pela comissão de construção do monumento do Ipiranga, antes que o Museu do Ipiranga existisse, e foi completado em Florença em 1888.
Na interpretação oficial, D. Pedro I, rodeado por soldados vestidos em seus uniformes de gala, aparece como o príncipe regente que rompeu com a dominação de Portugal, erguendo sua espada às margens do Rio Ipiranga e decretando a independência do Brasil a partir daquela data (7 de setembro de 1822). Dizemos que esta imagem é a interpretação oficial porque foi construída para ser aceita e difundida como o marco histórico da separação da colônia brasileira em relação à metrópole portuguesa. O primeiro governante a difundir esta imagem acerca da proclamação da independência do Brasil foi D. Pedro II, que governou o Brasil no período de 1840 a 1889. A tela de Pedro Américo foi feita por encomenda do Imperador em parceria com o governo de São Paulo.
"Pedro Américo recorre à composição elíptica, mais eficaz na construção da idéia de integração de todos os personagens ao grupo principal. A composição de Independência ou Morte é organizada em dois grandes semicírculos: um evolui do centro de tela para a direita, no qual se inscreve o grupo dos soldados, e o outro para a esquerda. As duas figuras que chegam a cavalo, ao final do séqüito de D. Pedro, marcam o início do semicírculo que, em movimento descendente, termina no eixo central que
tange o limite da tela."(OLIVEIRA e MATTOS, op. cit., p.89)
CONTUDO , A imagem que consagrou o 7 de Setembro é verossímil, mas não
relata com exatidão o ocorrido no Dia da Independência.
"Foi uma cena produzida pela imaginação do pintor. O
próprio Pedro Américo reconheceu que seria impossível fazer uma
relação entre a pintura e o episódio. Não apenas porque havia
uma grande diferença de tempo [a tela foi pintada em 1888, e a
Independência ocorreu em 1822], mas também porque não seria
possível reconstituir minuciosamente o acontecido, faltavam
relatos", explicou em entrevista ao G1 a
historiadora e professora da USP Cecília Helena de
Salles, coautora do livro "O Brado do Ipiranga".
"As diferenças são significativas . Primeiro, não era comum usar cavalos, mas sim
mulas, para fazer o trajeto da Serra do Mar. Os uniformes também
eram galantes demais para o tipo de viagem que D. Pedro I estava
fazendo. Sua comitiva também nem era tão numerosa - no máximo
levava 14 pessoas. "A pintura histórica retrata o episódio
de maneira grandiosa, e Américo criou toda uma situação na tela
para ressaltar esse aspecto", diz a professora Cecília. D.
Pedro I estava voltando a São Paulo quando recebeu documentos
vindos de Portugal e, depois de os ler, declarou o Brasil independente."(http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1294850-16107,00 QUADRO+DO+GRITO+DA+INDEPENDENCIA+E+OBRA+DA+IMAGINACAO+DO+PINTOR.html)
Beleza ideal
Uma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras. Sim, a idéia foi retratar o fato como grandioso, com o intuito de enaltecer o Império e o nacionalismo - o Brasil havia proclamado sua independência havia pouco tempo.
O academismo, importado da Europa, dominou as artes plásticas no Brasil até o início do século 20. Por isso, prevaleciam temas históricos e mitológicos nas pinturas daquele período, temas típicos do neoclassicismo.
Pedro Américo
(Pedro Américo de Figueiredo e Melo), pintor brasileiro (Areia, PB, 1843 - Florença, 1905). Doutor em ciências físicas pela Universidade de Bruxelas, na Bélgica, freqüentou ainda cursos de filosofia e literatura em Paris, onde se aperfeiçoou em pintura. De retorno ao Brasil, conquistou a cátedra de desenho da Academia Imperial das Belas-Artes, transferindo-se mais tarde para a de história das artes, estética e arqueologia. Consagrado com a colocação de seu retrato na sala de pintores célebres da Galeria degli Uffizzi (Florença). Principais quadros: Batalha do Avaí, Grito do Ipiranga, Judith e Holofernes, Rabequista Árabe.
A Batalha do Avaí - Pedro Américo |
O artista se preocupava em estudar todos os detalhes de seus quadros, como roupas, armas e os tipos físicos das pessoas.
Rabequista Árabe - Pedro Américo |
Judith e Holofernes - Pedro Américo |
Judith rende graças a Jeová por ter conseguido livrar sua pátria dos horrores de Holofernes, 1880, Museu Nacional de Belas Artes | |||||||||||||||||||||||||||||||||||
Fonte: Imagens do [[Ficheiro:Pedro Américo]] e uol.com |