POR MARGARETE
MS
(HTTP://OBVIOUSMAG.ORG/ARCHIVES/2013/11/HONORE_DAUMIER_UM_HOMEM_RINDO_
DO_SEU_TEMPO.HTML)
"Pintor
e escultor, Honoré Daumier ficou sobretudo conhecido por suas caricaturas.
Nasceu na França em 1808 e começou a estudar arte aos 16 anos. Ajudava os pais
trabalhando como entregador e nas horas vagas criava seus esboços. (...) acreditava
na futilidade da luta do homem contra a natureza e algumas das pinturas
de Daumier sugerem isso. O artista costumava diversificar suas obras recorrendo a diferentes tendências
e novas abordagens estéticas. De 1848
até 1871 ele foi um pintor impressionista. Uma de suas obras, Le wagon de
troisième classe (A carruagem de
terceira classe) mostra sua compaixão sensibilidade
por um grupo de pessoas pobres viajando de trem. Usou temas do cotidiano para provocar a
discussão sobre as questões sociais mais amplas e também explorava temas
literários, como o popular Dom Quixote.
Suas esculturas são conhecidas por serem extremamente realistas e seu estilo é tão
particular que quase não se
detecta a influência de outros artistas. No entanto, foi marcado por Nicolas Toussaint Charlet (1792-1845),
Gustave Courbet (1819-1877) e Peter Paul Rubens (1577-1640). Pintor do
movimento realista, exaltava a visão
materialista e positivista do mundo. Acreditava que somente a ciência poderia gerar explicações
para o mundo e que algo como a
transcendência ou o estado espiritual não poderiam ser admitidos."
Segundo
Maria Mirtes dos Santos Barros e Claudio Zannoni em seu artigo "Arte e
Política" 'representante do
realismo é Honorè Daumièr. Em suas representações ele vai em busca não da
realidade extrínseca , mas da realidade intrínseca, isto é, da condição social
introjetada, transformada em “espírito”, capaz de moldar o caráter. Por essa
razão, Daumièr parece raspar o lustro
carnal da superfície para mostrar a essência
do ser burguês. Assim procedendo, ele representa tipos, através de suas caricaturas.
Janson
(1979, p. 589) analisa a pintura desse artista: “Vagão de terceira classe” , da
seguinte forma: "O que lhe interessava não era a superfície tangível da
realidade, mas o significado emocional que sob ele se esconde. Neste trabalho
ele captou um estado peculiar da condição humana contemporânea, a ‘multidão
solitária’; estas pessoas apenas têm de comum o fato de viajarem juntas numa
carruagem de comboio. Embora estejam fisicamente juntas, não prestam atenção
umas às outras - cada uma está só com seus próprios pensamentos. Daumier
explora este estado de espírito com uma penetrante compreensão da natureza
humana e com uma profunda simpatia."